domingo, 22 de novembro de 2009

A Solidão...


Destino?

Uma doença?

Estado anímico?

Imposição da vivência?

Um querer?

Uma busca?

Uma decisão?
Uma fobia?


Pois.... responder a todas estas questões... não é de todo muito fácil, ;)


Há uns tempos atrás, apreciei uma homilia de um sacerdote, num templo cristão de renome mundial, palestrar que tratar-se-á de uma doença dos séculos vindouros. Concordei. Reflecti nas palavras e reconstrui a vivência do ser humano no dia-a-dia.

São cada vez mais os idosos e não idosos que vivem solitários, sem ninguém, simplesmente para conversar, dizer "bom dia". Uma saudação que na minha localidade é de todo elementar, ficando mesmo o "zé povinho" ofendido quando não é saudado ou é entendido como antipático quem não o faz, lol. Aprecio este ritual. Sente-se que estamos em ambiente de grupo.

Observei muitos episódios de inscrição na urgência somente para conviver com os profissionais, patologia: solidão. Meus caros a minha total concordância com o sacerdote está, mas não só, aqui.

As famílias monodescendentes, tornaram porventura o contágio desta doença. Eu não fujo à regra. "vicissitudes"


O destino tem duas facetas..... comumente a decisão que cada um faz no seu dia-a-dia e o que a vida nos impõe. No entanto, nesta perspectiva direi: basta um sentimento - amor - e a solidão desaperece num ápice.


Muitos são os que vivem intimamente bem na solidão, dizem..... Eu não concordo. Pois na solidão ninguém vive! E quem teima em dizer que vive, só por si se contradiz, senão vejamos, quando digo a alguém que vivo bem sozinho, só por si já estou a colocar essa mensagem em outro, isso forma um duo, lol. E no fundo, estou a tentar ser egocêntrico, não alone in dark.


Por vezes, "as circunstâncias da vida" podem ser de facto cruéis, a morte, a doença, o desaparecimento de um ente querido e muito amado, leva-nos em primeira instância a incrementar a solidão como apanágio. Mas, esta situação é temporária, pode levar anos, mas a recuperação, ainda que lenta, faz-se, normalmente com a ajuda de outro, que é um forte amparo.


Todos gostamos em momentos de estar sós, mas será que estamos mesmo sós?

Eu diria terminantemente, NÃO!

Estamos intimamente connosco próprios quando a loucura se apodera de nós. E até mesmo, nesta fase estamos na constante procura da atenção do outro.

Quando estamos sós num determinado local, não paramos de pensar no outro. lol.

Como crente, ainda saliento que a solidão nunca existe, só pelo simples facto da existência de DEUS. Não quero pronunciar-me contra crentes, ateístas, agnósticos, apenas enuncio o meu próprio pensamento.
A fobia de nos sentirmos sós...... perpetua-se somente enquanto não procuramos o outro, por
isso, movam-se, caminhem, deixem o outro entrar em vós.

Termino com uma saudação e frase de um português da sétima arte, falecido há pouco tempo: "façam o favor de serem felizes" (Solnado, Raul) mas não se isolem, o isolamento atrai o desconcerto da vida.

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